Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2020. Ocotea spectabilis (Lauraceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020), com distribuição: no estado de Goiás — nos municípios Goiás, Niquelândia e Vila Boa —, no estado do Mato Grosso — nos municípios Chapada dos Guimarães, Itaúba e Porto dos Gaúchos —, no estado do Mato Grosso do Sul — nos municípios Nova Andradina e Três Lagoas —, e no estado de Minas Gerais — nos municípios Alto Caparaó, Barroso, Caldas e Paracatu. A espécie não é endêmica do Brasil de acordo com o especialista, também ocorrendo no Paraguai e Bolívia (Alexandre Quinet, comunicação pessoal, 2020).
Árvore não endêmica do Brasil (Alexandre Quinet, comunicação pessoal, 2020), também ocorrendo no Paraguai e Bolívia. Popularmente conhecida por canela-amarela, caneleiro, canela-mescla, canela-preta, louro-preto, ayui-hu, canela-baraúna, foi coletada em Cerrado (lato sensu), Floresta Estacional Decidual e Floresta Estacional Semidecidual associadas a Mata Atlântica e Cerrado nos estados do Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso Do Sul, Minas Gerais e Rio De Janeiro. Apresenta distribuição ampla, EOO=2590307 km², constante presença em herbários, inclusive com coleta recente, e ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral e em áreas onde ainda predominam na paisagem extensões significativas de ecossistemas florestais em estado prístino de conservação. A espécie ocorre em múltiplas fitofisionomias e em distintos domínios fitogeográficos na maior parte das localidades em que foi registrada. Adicionalmente, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua perpetuação na natureza. Assim, foi considerada como Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua sobrevivência na natureza.
Descrita em: Jahrb. Königl. Bot. Gart. Berlin 5, 372, 1889. Popularmente conhecida como canela-amarela, caneleiro, canela-mescla, canela-preta, louro-preto, ayui-hu, canela-baraúna. As informações da espécie foram validadas pelo especialista através do questionário (Alexandre Quinet, comunicação pessoal, 2020).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.1.3 Agro-industry farming | habitat | past,present,future | national | very high |
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). O Cerrado perdeu 88 Mha (46%) de sua cobertura vegetal nativa, e apenas 19,8% permanecem inalterados. Entre 2002 e 2011, as taxas de desmatamento no Cerrado (1% por ano) foram 2,5 vezes maiores que na Amazônia. A proteção atual permanece fraca. As áreas protegidas públicas cobrem apenas 7,5% do bioma (em comparação com 46% da Amazônia) e, de acordo com o Código Florestal brasileiro, apenas 20% (em comparação com 80% na Amazônia) de terras privadas são destinadas a conservação (Strassburg et al., 2017). Como resultado, 40% da vegetação natural remanescente pode agora ser legalmente convertida (Soares-Filho et al., 2014). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.1.4 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | national | very high |
O município de Nova Andradina (MS) possui 7,25% (34590ha) do seu território convertido em áreas de cultivo de cana-de-açúcar, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020a). O município de Porto dos Gaúchos (MT) possui 13,41% (92000ha) do seu território convertido em áreas de cultivo de milho, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020b). Os municípios de Itaúba (MT), Paracatu (MG) e Porto dos Gaúchos (MT) possuem, respectivamente, 10,6% (48000ha), 10,94% (90000ha) e 25,21% (173000ha) de seus territórios convertidos em áreas de cultivo de soja, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020c). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.2.3 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | national | high |
No município de Niquelândia, em Goiás há silvicultura extensiva de eucalipto (Minette et al., 2008). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | national | very high |
Os municípios Alto Caparaó (MG), Barroso (MG), Caldas (MG), Chapada dos Guimarães (MT), Goiás (GO), Itaúba (MT), Niquelândia (GO), Nova Andradina (MS), Paracatu (MG), Porto dos Gaúchos (MT), Três Lagoas (MS) e Vila Boa (GO) possuem, respectivamente, 12,81% (1328,4ha), 53,12% (4359,5ha), 44,25% (31481,7ha), 25,75% (170233,1ha), 52,68% (163722ha), 21,85% (98952,8ha), 22,39% (220399,6ha), 60,1% (287017ha), 27,67% (227692,9ha), 14,73% (101059ha), 53,37% (544730,8ha) e 46,19% (48973,8ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 3.2 Mining & quarrying | habitat | past,present,future | regional | very high |
Em Alto Paraíso de Goiás a extração mineral, embora tenha perdido sua importância inicial na economia local, ainda é praticada pontualmente, de forma mecanizada ou em pequena escala, de modo rudimentar (Barbosa, 2008). No município de Niquelândia, somente em 2016, a produção de 9 mil toneladas de níquel gerou quase R$ 1,1 milhão em impostos. Com a produção estabilizada atualmente, a Codemin teve importante contribuição para o processo de consolidação das operações de níquel da Anglo American no estado de Goiás (Portal da Mineração, 2017) | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 5.3.2 Intentional use: large scale (species being assessed is the target) [harvest] | habitat | past,present,future | national | very high |
O Atlas da Mata Atlântica indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. O desmatamento da Mata Atlântica entre 2017 e 2018 caiu 9,3% em relação ao período anterior (2016-2017), que por sua vez já tinha sido o menor desmatamento registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o bioma desde 1985. Além disso, foi verificado aumento do número de estados no nível do desmatamento zero, de 7 para 9, sendo que outros 3 estão bem próximos. Dos 17 estados, nove estão no nível do desmatamento zero, com desflorestamentos abaixo de 100 hectares, ou 1 Km². São eles: Ceará (7 ha), Alagoas (8 ha), Rio Grande do Norte (13 ha), Rio de Janeiro (18 ha), Espírito Santo (19 ha), Paraíba (33 ha), Pernambuco (90 ha), São Paulo (96 ha) e Sergipe (98 ha). Outros três estados estão a caminho desse índice: Mato Grosso do Sul (140 ha), Rio Grande do Sul (171 ha) e Goiás (289 ha). Apesar dos resultados positivos, cinco estados ainda mantém índices inaceitáveis de desmatamento: Minas Gerais (3.379 ha), Paraná (2.049 ha), Piauí (2.100 ha), Bahia (1.985 ha) e Santa Catarina (905 ha). O relatório aponta que no último ano foram destruídos 11.399 hectares (ha), ou 113 Km², de áreas de Mata Atlântica acima de 3 hectares nos 17 estados do bioma. No ano anterior, o desmatamento tinha sido de 12.562 hectares (125 Km²). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada na seguinte Unidade de Conservação: Parque Nacional de Caparaó. |
Ação | Situação |
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5.1.2 National level | needed |
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Campinas - 18 (MG), Território Formosa - 9 (MG, GO). |
Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie ocorre em Porto dos Gaúchos (MT), município da Amazônia Legal considerado prioritário para fiscalização, referido no Decreto Federal 6.321/2007 (BRASIL, 2007) e atualizado em 2018 pela Portaria MMA nº 428/18 (MMA, 2018). | |
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |